segunda-feira, 2 de março de 2015

Atividade de PD 8°ano CED11

Predador ameaça vida marinha
no litoral do Rio de Janeiro

Peixe considerado uma das maiores ameaças do século à vida no Oceano Atlântico chegou ao Brasil se tornando ameaça até para pescadores.

Mar de Arraial do Cabo, litoral do Estado do Rio. Os pesquisadores estão especialmente interessados em um peixe. E quando falamos "um", é "um" mesmo: um indivíduo. Bonito, colorido, que parece até enfeitado com bandeirolas. Chama-se peixe-leão.
O problema é que ele não tinha nada que estar ali. Ele é uma ameaça ao equilíbrio ambiental.
Em Arraial do Cabo, por enquanto ele é "um".
Nos anos 80, no Sul dos Estados Unidos, o peixe-leão também apareceu assim, sozinho. E depois multiplicou-se e fez um estrago por todo o mar do Caribe.
O peixe-leão chegou as aguas da península de Yucatan, no México, em 2009 e rapidamente os pescadores da ilha de Cozumel perceberam a queda na produção de peixes como garoupas e pargos, espécies muito importantes comercialmente para eles. O pescado tinha virado alimento do peixe-leão. E ele come qualquer coisa que passe pela garganta dele. Vindo dos oceanos Índico e Pacífico, não tem predador natural no Oceano Atlântico. Uma só fêmea pode botar dois milhões de ovos por ano - é um invasor implacável.
Fantástico: Falar em erradicação é viável?
Biólogo: Não.
O biólogo mexicano afirma que o peixe-leão chegou para ficar e que a invasão deve ter começado de maneira inocente. Vendidos nos Estados Unidos para enfeitar aquários, os peixes-leão teriam sido jogados no mar por quem desistia de mantê-los em casa. Outra hipótese é a de que o furacão Andrew, que passou pela Flórida em 1992, tenha destruído lojas de animais e levado os peixes para o oceano.
O fato é que o peixe-leão se espalhou e tomou conta do Golfo do México e do Caribe, desequilibrou o ambiente marinho e ameaçou a sobrevivência dos pescadores mexicanos. Mas a resposta deles também foi rápida. E essa contraofensiva serviu de base para a criação da primeira estratégia nacional em todo o mundo de combate a essa espécie invasora indesejada e perigosa.
Em poucas palavras, a estratégia foi: comer o peixe. Em Cancun e Cozumel, cada pescador chega a pescar 25 quilos de peixe-leão. Depois, é preciso um pouco de cuidado na hora de manusear a criatura. Espetar o dedo nas espinhas externas dói. Dói muito. E inflama. Mas é só nelas que está o perigo.
Não há toxina, não há veneno, não há peçonha dentro da carne do peixe-leão. E o governo fez campanha na televisão para explicar isso.
Abaixo do Golfo do México, o estrago foi igual. Em três décadas, o peixe-leão dominou as águas transparentes do mar do Caribe. Sem um inimigo natural para servir de barreira, para impedir que ele se espalhasse, ele acabou ocupando toda a região e já provocou - segundo os especialistas - uma queda alarmante em algumas populações de peixes e crustáceos que moram nos recifes caribenhos. Hoje em dia, o peixe-leão já é considerado uma das maiores ameaças deste século à vida nos recifes do Oceano Atlântico.
Foi em Curaçao, no Caribe, que encontramos o biólogo brasileiro Luiz Rocha, pesquisador da Academia de Ciências da Califórnia, nos Estados Unidos. E acompanhamos um dia de trabalho dos mergulhadores da Academia. Descemos de submarino até o lugar preferido do peixe-leão: o mar profundo. Lá fora, os cientistas capturam exemplares para estudo.
Fantástico: Você acha que ele só consegue se espalhar tão rapidamente assim por falta de predador ou é porque ele realmente é bom de sobrevivência?
Luiz Rocha, biólogo marinho: É uma combinação do fato de ele ser bom de sobrevivência, do fato de eles se reproduzirem muito rápido e do fato dos peixes que eles tão comendo aqui não conhecerem eles como predadores. Então eles estão comendo bem mais do que eles comem no local natural deles.
Fantástico: A que profundidade estamos?
Luiz Rocha, biólogo marinho: 300 pés.
Fantástico: 90 metros de profundidade e um peixe-leão nadando de braçada. Você acha que no Brasil, o fato de terem encontrado só um até agora tem a ver também com essa capacidade do peixe-leão ficar tão fundo e viver em profundidades tão grandes?
Luiz Rocha: Eu acho que tem. Geralmente o que a gente tem visto é que quando eles começam a invasão, a população deles cresce mais primeiro no fundo só que no Brasil não tem monitoramento em recifes profundas então pode ser que eles estejam lá e a gente não saiba.
Fim do expediente no Caribe. A equipe do Fantástico volta à Arraial do Cabo. O professor Carlos Ferreira chefiava a equipe que capturou o peixe-leão encontrado no Brasil. Junto com Luiz Rocha, o biólogo com quem mergulhamos no Caribe, o professor Carlos fez um artigo científico sobre a chegada do invasor.
Carlos Eduardo Ferreira, biólogo marinho: A gente coletou o indivíduo, fizemos análise genética e deu o que a gente não esperava, ou seja, ele é geneticamente igual à população que está no Caribe. O que tem que fazer agora é ter um monitoramento bem completo para ver se esse é um evento muito casual, que aconteceu uma vez, ou vai começar a acontecer.
O estrago ainda não começou - não foi registrada a diminuição da população de outros peixes em Arraial do Cabo. E a invasão pode nem ser uma invasão propriamente dita.
Carlos Eduardo Ferreira, biólogo marinho: Mas a gente não pode excluir a possibilidade de ter sido solto pelo mercado de aquário.
Fantástico: Mas se alguém soltou podia se apresentar e ajudar a gente a resolver o mistério, né?
Carlos Eduardo: Seria mais fácil!
Mas não podemos esquecer que lá no Caribe tudo começou exatamente assim: com apenas um simples peixe-leão.
Assista o vídeo clicando AQUI
Fonte: http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2015/03/predador-ameaca-vida-marinha-no-litoral-do-rio-de-janeiro.html

Início das aulas de 2015 Bem vindo alunos!

Mais um ano começa e esse nosso meio de comunicação esta cada vez melhor!!!
Sejam bem vindo a mais um ano letivo!!!!
#tamojunto